Buenas!
gostaria de convidar-vos para a estréia de minha composição mais recente, que dá nome ao post, finalista do Concurso Fernando Burgos – categoria Câmara. O dia é 26 de Outubro de 2009 às 20:30 na Sala da Orquestra Sinfônica da Bahia-TCA.
Vou tentar falar um pouco dela sem ser chato.
Essa é uma peça com duração aproximada de cinco minutos e meio, para Flauta, Clarinete, Trompete, Violino e Cello que será tocada pelo GIMBA (Grupo de Interpretes Musicais da Bahia). O grupo, um dos mais conceituados da Bahia atualmente, é formado por músicos de alto nível, os irmãos Lucas e Pedro Robatto, na Flauta e Clarinete respectivamente, Heinz Schwebel no Trompete, Alexandre Casado no Violino e Suzana Kato no Cello.
A peça tem todo seu material compositivo derivado de um ritmo tocado para Oxum. A partir dele, por meio de uma técnica chamada time-point, extraí o conjunto de notas formado por Dó, Dó#, Ré#, Mí, Fá#, Sol# e Lá#, para os que tem familiaridade com a linguagem, 013468A (7-34). Em cada seção esse conjunto é trabalhado de maneira diversa. Falando em seções, a forma da peça é ABCBA.
A seção A é subdividida em 3 subseções, cada uma delas cada uma delas modulante, ou seja, usando transposições do conjunto original que tenham algumas notas diferentes, conduzem para a parte B, a que tem a maior quantidade de notas diferentes. A parte B é a mais lenta mas continua utilizando a mesma estrutura rítmica, grupos de duas (ou quatro [=2×2]) ou três notas como no motivo original. Na parte C resolvi explorar o virtuosismo dos músicos do GIMBA e ela é toda formada por cinco pequenos solos. Cada um deles tem um acompanhamento baseado no conceito de ponto, grupo e massa de Stockhausen. Para controlar as alturas, nessa seção utilizei uma série de treze notas baseado no conjunto original de sete notas comentado anteriormente – original + retrogrado da inversão que dá 5 notas diferentes, usando a última nota como eixo e com uma repetida.
O nome foi retirado do livro de Pierre “Fatumbi” Verger – Lendas Africanas dos Orixás, e é uma contração de Oxum gbô, que significa “Oxum está em estado de maturidade, suas águas são abundantes”. Segundo a lenda, essa também é a origem do nome da cidade de Oxogbô, na Nigéria.
A quem interessar, na editora digital da OCA tem a partitura. O audio vai depois no MYSPACE.
Em tempo, a execução foi muito boa e ganhei uma Menção Honrosa pela peça. Obrigado a todos que compareceram!